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Compreender as particularidades vivenciadas pelos diversos integrantes das relações existentes nos espaços-cidades para se criar soluções positivas e inclusivas foi a motivação para que se realizasse a pesquisa da demanda potencial de mulheres para uso da bicicleta. Buscou-se, com a aplicação do questionário, compreender como os deslocamentos percorridos pelas mulheres da Grande Ilha ocorrem, identificando as barreiras físicas, psicológicas e sociais que por elas são enfrentadas e a quais vulnerabilidades se sujeitam e sobre as motivações que as levam a realizar esses deslocamentos.
Esse foi o questionário que obteve o maior número de respostas. Atingindo o percentual de 72% de toda pesquisa. Aqui foram 420 (quatrocentos e vinte) respostas de um total de 808 (oitocentos e oito) do total geral de questionários respondidos.
Nele, mulheres não ciclistas puderam exprimir dentro da não-linearidade com que realizam seus deslocamentos, qual disponibilidade para andar ou não de bike, o que as impossibilita de utilizarem a bicicleta pela cidade, seus receios e qual seus principais desafios para acessar a cidade relatando situações de assédio e pontos da cidade onde sentem-se mais vulneráveis em relação a tal prática machista e patriarcal.
Ações foram realizadas ao longo dos 8 meses de veiculação da pesquisa, com o objetivo de aproximar o público da plataforma on-line, principalmente pessoas com restrição de acesso a internet, utilizando como estratégia oferecer pequenos ajustes nas bicis, brindes, água e um dedo de prosa com o intuito de ter o formulário respondido, estratégia denominada Rumbora Nessa Panka (RBK).Esta ação foi aplicada em espaços públicos e privados a exemplo de bicicletarias, oficinas e praças da cidade.
Com relação à pesquisa de gênero, direcionado às mulheres não usuárias das bicis, o questionário com a demanda potencial, para além da plataforma on-line, juntamos o bonde e tomamos de assalto o 5 terminais de integração de São Luís, de mulher para mulher, objetivando identificar como os trajetos por elas são percorridos. voltando a tecnologia a favor de todes, utilizando das facilidades trazidas por ela para captar dados reais, que vem das ruas e caminham na construção de cidades democráticas e que liberta a maioria.
É necessário ultrapassar essa visão limitada do uso da bicicleta, e isso requer uma mudança de mentalidade a partir da conscientização das necessidades atuais do meio urbano, de convivência econômica sustentável e da integração social democrática de uma parcela significativa das comunidades urbanas.
A partir da análise às respostas ligadas ao perfil socioeconômico, dispostas no primeiro bloco de perguntas do questionário, foi possível formular o perfil identitário dessas mulheres. Segundo os indicadores, as mulheres respondentes declararam-se: 76% como CIS; sendo 66% do percentual total composto por mulheres solteiras. Destas, 44% se autodeclararam como pardas, seguido pelo percentual de 38% de mulheres negras e 17% de mulheres brancas. Desse público, 62% não possui filhos e a faixa etária que liderou o ranking entre as respondentes possui idade entre 20 a 29 anos(40%), tendo sido registrado a presença do público infanto-juvenil, com idade entre 10 a 19 anos, com o percentual de 19% de respostas.
Quanto ao estado civil, a maioria (68%) é solteira, seguido por 28% de respondentes casados ou em união estável.
Sobre o grau de instrução: 31% das respondentes possuem fundamental completo. 19% representa o percentual de quem possui Ensino Superior e 18% afirmou não ter concluído Ensino Superior; 13% das respondentes possuem ensino médio. Só houve uma resposta dada como “Sem estudo”;
A maioria das respondentes, cujo percentual foi de 33% declara não possuir renda; Seguido pelo percentual de 30% que declara ter renda de até 1 s.m. e; 16% disse ter renda de 1-2 s.m.; 2-3 s.m. 5% entre 3 a 5 s.m e 4% entre 5 e 10 s.m.; Apenas 1% ganha acima de 10 s.m.
7% das mulheres não responderam sobre a renda.
Ocupação - Condição de Atividade: 27% das entrevistadas declararam-se como Estudantes; Enquanto 23% afirmam desempenharem trabalho Formal. Esse mesmo percentual (23%) representa os trabalhadores autônomos, ao passo que 10% afirmam estarem desempregadas;
O percentual de 6% está atrelado a quantidade de respostas dadas e que vincula à resposta sobre trabalhos como freelas e como Donas de Casa.
No que tange aos benefícios de programas sociais, 77% das respostas foram negativas.
Após os questionamentos iniciais que perpassa sobre pontos socioeconômicos, passemos às perguntas específicas do questionário: